Comunicação na Igreja: Uma Prioridade, Não Uma Opção
Historicamente, a comunicação tem sido vista como uma função de apoio, uma maneira de divulgar atividades internas da igreja, como conferências, cultos e eventos. No entanto, como Marlon destacou, a comunicação é, na verdade, a essência da missão da igreja. O evangelho em si é uma mensagem a ser anunciada, e comunicar eficazmente essa mensagem é uma responsabilidade fundamental para cada igreja.
Na era digital, essa comunicação precisa ser estratégica. Desde a chegada da internet comercial nos anos 90, o poder da comunicação deixou de ser exclusivo dos grandes meios de comunicação e passou a ser distribuído entre indivíduos e instituições. Marlon cita autores como Eliseu Verão para explicar que hoje, mais do que nunca, a igreja tem um potencial imenso de influenciar a sociedade através dos novos meios digitais, mas que ainda não despertou totalmente para essa realidade.
Três Pilares da Comunicação Eficaz na Igreja
Marlon propõe três pilares fundamentais para uma comunicação eficaz nas igrejas:
- Produção de Conteúdo Recorrente: A consistência na produção de conteúdo é essencial. Não basta criar conteúdos esporádicos e esperar resultados; é necessário ter um planejamento contínuo e coerente. Isso significa criar um calendário editorial e manter a frequência de publicações, mesmo que simples. Como Marlon ressaltou, “não adianta iniciar um projeto de canal no YouTube e abandoná-lo após alguns meses; é preciso constância”.
- Autonomia na Veiculação: As igrejas devem buscar autonomia sobre os seus canais de distribuição. Marlon explica que depender exclusivamente de redes sociais como Facebook ou Instagram é como “viver de aluguel”. O ideal é investir em meios próprios, como websites e newsletters, que oferecem maior controle sobre o conteúdo e garantem um relacionamento direto com o público.
- Discurso e Práxis Alinhados a uma Estrutura de Sentimento: O discurso deve estar alinhado com as ações da igreja e conectar-se ao coração do público. Isso envolve não apenas falar de maneira cativante, mas também demonstrar na prática o que se prega. Um discurso eficaz é aquele que ressoa culturalmente e emocionalmente com o público, gerando uma conexão genuína.
Superando os Desafios da Comunicação na Igreja
Um dos desafios mencionados por Marlon é a tendência de muitas igrejas em se preocuparem apenas com a comunicação interna, como divulgação de eventos e conferências. Embora isso seja importante, Marlon sugere que as igrejas também devem investir em conteúdos que impactem a sociedade além das suas quatro paredes. Ele cita exemplos de sucesso como a coleta de e-mails em eventos da Casa de Zadoque para criar uma base de contatos e manter uma comunicação constante ao longo do ano.
Outro ponto levantado é a importância de se evitar a dependência excessiva de redes sociais como único meio de comunicação. Marlon explica que essas plataformas podem censurar ou limitar o alcance de determinados conteúdos. Portanto, é crucial que a igreja desenvolva e mantenha suas próprias plataformas de comunicação, garantindo assim a liberdade de veicular suas mensagens sem restrições.
A Importância do Planejamento Estratégico
Marlon também enfatiza que o planejamento estratégico é essencial para a comunicação eficaz. Ele relembra a importância bíblica do planejamento, citando Lucas 14, onde Jesus fala sobre calcular o custo antes de construir uma torre. O planejamento é necessário para garantir que os recursos sejam usados de maneira eficaz e que os esforços de comunicação estejam alinhados com os objetivos da igreja.
A Comunicação como Instrumento de Transformação
A comunicação na igreja não deve ser apenas uma ferramenta de divulgação, mas um instrumento de transformação. Marlon chama a atenção para a necessidade de tratar a comunicação com a seriedade e importância que ela merece, utilizando-a para proclamar o evangelho de forma eficaz, alcançar mais pessoas e, acima de tudo, cumprir a missão da igreja de ser luz no mundo.
É fundamental que os líderes e pastores compreendam o potencial da comunicação e invistam em estratégias que aproveitem ao máximo esse poder. Afinal, comunicar o evangelho é mais do que uma tarefa; é a própria razão de ser da igreja.
